Tempestades emocionais: Por que as crianças fazem tanta birra?

Tempestades emocionais: Por que as crianças fazem tanta birra?

A neurociência pode explicar por que os pequenos têm tanta dificuldade de se regular emocionalmente.

Escrito por Larissa Miranda
03/08/2023 07H58

Tempestades emocionais: Por que as crianças fazem tanta birra? - Texto escrito por Larissa Miranda
(Cavan Images/Getty Images)

Gritaria no shopping, crianças se arrastando pelo chão do mercado, choros descompensados e brigas que chamam atenção de qualquer um que esteja por perto. Essas são cenas clássicas e temidas por muitos pais, mas sempre muito comuns quando se trata da infância. Por que, afinal de contas, as crianças fazem tanta birra?

A verdade é que esses comportamentos de irritação, aborrecimento e teimosia, conhecidos comumente por birras, estão dentro do esperado no desenvolvimento infantil. Graças à área de neurociência, entende-se hoje que o cérebro da criança é um cérebro ainda em desenvolvimento, e as regiões que possibilitam o raciocínio, o pensar antes de agir e a reflexão acerca das consequências de um comportamento não estão prontas nessa fase da vida.

Por isso, é natural que as áreas subcorticais (nossas regiões cerebrais mais emocionais) estejam mais ativadas. Por isso, quanto menor for a criança, mais primitivo estará seu cérebro, e portanto, mais difícil será para ela respeitar as regras. Além disso, a infância é uma fase exploratória, onde os pequenos estão descobrindo o mundo, testando seus próprios limites e aprendendo a lidar com as próprias emoções. Tudo isso propicia um terreno perfeito para as birras.

Entender isso é fundamental para conseguir também conduzir os momentos de tempestade emocional dos filhos da melhor forma possível. Especialistas afirmam que a chave é um equilíbrio entre firmeza e gentileza: se manter no controle da situação, aplicando regras e explicando de forma clara os motivos delas precisarem ser seguidas. Nos momentos de birra, é essencial não ceder às vontades da criança, pois ao fazer isso, a ensinamos que esse é o comportamento que precisa emitir para conseguir o que quer. Em oposição a isso, ensine seu filho outras formas, mais adequadas, de lidar com a frustração, e reforce os seus bons comportamentos. 

Lembre-se: as crianças estão recebendo inúmeras informações novas ao mesmo tempo, ainda aprendendo como devem se comportar e viver, portanto, é preciso calma nesse processo. Com muito manejo e paciência é possível navegar de forma firme e eficaz pelas tempestades emocionais tão comuns e tão normais da infância.